Viver mais de 100 anos com o físico e a mente saudáveis, está se tornando cada vez mais comum.
Conhecida como Vó Pequena, Dona Pulcina é um exemplo. Ela tem 103 anos e mora em uma casa modesta em Santo Antônio da Patrulha, no estado do Rio Grande do Sul.
Todos os dias ela acorda cedo, faz a própria comida, gosta de caminhar e observar a natureza. “O que marcou a minha vida foi o serviço da roça, que eu nunca me esqueci até hoje. Coisa boa é trabalhar na roça", declara Vó Pequena.
Ela tem uma memória de menina e se lembra até de quando o Zeppelin passou pela cidade. “Era uma coisa redonda, parecia que não tinha asa. Eu não sabia que era um zeppelin e me assustei, mas fiquei olhando para ver o que era. Fiquei fisgada ali, olhando, olhando, até que ele cruzou e foi para Porto Alegre. Lembro de tudo. Faz pouco tempo. Tem 75 anos”, diz.
Vó Pequena mora sozinha, mas sempre com a companhia dos filhos, que ficam admirados, com tanta independência. Questionada sobre quanto tempo Vó Pequena planeja morar sozinha, ela diz, segura: “Eu vou indo até Deus querer me cuidar. Deus está me cuidando e está junto comigo”.
Para o neto, é assim: ele se espelha na avó para manter o cérebro sempre em atividade. “Eu acho que você sabendo regrar a sua vida com alimentação saudável e exercício físico, você chega muito longe. Perto dos 100”, comenta.
Para o doutor em biologia do envelhecimento, Emílio Jeckel, genética e estilo de vida andam juntos. “Nós temos uma herança genética, sim, mas esses genes só entram em ação ou não, dependendo dos estímulos ambientais que a gente tem. As pessoas vão viver mais quando elas conseguirem olhar para além do espelho. A pessoa é muito mais do que aquilo que ela aparenta ou daquilo que ela é fisiologicamente. Às vezes, a parte externa pode estar meio careca, mas lá dentro está muito bem”, explica.
"Mais do que herança genética, somos nós que decidimos como vamos envelhecer. Não se trata de estar protegido de tudo, de viver em uma redoma, mas de fazer o melhor com o que o cotidiano oferece."
“Todo centenário tem uma coisa comum: ele sabe enfrentar as adversidades e sair inteiro delas. Não é sair ileso, mas é sair inteiro, é voltar para o prumo”, declara o médico gerontólogo Fernando Bignardi, da Unifesp.
Fonte: Matéria realizada por Tony Bernstein ( Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pedagoga e Jornalista)
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