A perda auditiva vem sendo considerada como uma das doenças crônicas mais freqüentes na população idosa e estudos comprovam este da sensibilidade auditiva durante o processo de envelhecimento humano.
A perda auditiva associada ao envelhecimento resulta de degeneração fisiológica incluindo prejuízos causados pela exposição ao ruído, agentes ototóxicos e por desordens e tratamentos médicos.
Afeta aproximadamente 60% de todas as pessoas com idade acima de 65 anos e inclui uma mudança descendente gradual na sensibilidade auditiva para todas as freqüências, acompanhada por um decréscimo na discriminação da fala, e um declínio complexo da função auditiva central que se manifesta através do aumento da dificuldade nas habilidades como atenção auditiva, julgamento auditivo, comportamentos variados e uma redução na velocidade de fechamento e síntese auditiva.
Estudos mostram que a perda auditiva tem um efeito adverso no estado funcional, na qualidade de vida, na função cognitiva e no bem-estar emocional, comportamental e social do indivíduo idoso. Sabendo disso, foi realizado um estudo da Northwestern University sobre a prevenção da perda auditiva através de treinamentos musicais.
O estudo é o primeiro a fornecer evidências biológicas de que uma experiência musical ao longo da vida pode ter impacto no processo de envelhecimento.
Foi medido respostas automáticas do cérebro de jovens e velhos músicos e não músicos para sons e pesquisadores do Auditory Neuroscience Laboratory observaram que os mais velhos levavam vantagem no tempo de resposta neurológica.
De acordo com Nina Kraus, neurocientista da universidade, os músicos mais velhos não só superaram seus colegas mais velhos não músicos mas codificaram o estímulo sonoro tão rapidamente e precisamente quanto os jovens não músicos. "Isto reforça a idéia de que experimentar ativamente sons ao longo da vida tem um profundo efeito no funcionamento do sistema nervoso", continua.
Don Caspary, pesquisador da Southern Illinois University diz que são descobertas importantes e muito interessantes. Elas sustentam a ideia de que o cérebro pode ser treinado para superar, em parte, alguma perda auditiva relacionada à idade. Dados do estudo sugerem que o treinamento intensivo mesmo mais tarde pode melhorar o processo da fala nos adultos mais velhos e, como resultado, melhorar a habilidade para se comunicar em ambientes complexos e barulhentos.
Estudos anteriores também mostram que o treinamento musical também compensa perdas de memória e dificuldades de escutar em ambientes barulhentos - duas queixas comuns em adultos mais velhos.
No entanto, os autores alertam que as descobertas do estudo não são e não demonstram que os músicos têm vantagem no tempo de resposta em toda resposta ao som. "Em vez disso, o estudo mostra que a experiência musical afeta seletivamente o tempo dos elementos sonoros que são importantes para a distinção entre uma consoante da outra", esclarecem os autores.
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